Psicologia da Aprendizagem
Semana 7 – Aulas 25
a 28
Resolução
de Conflitos e o Cotidiano Escolar, a Aprendizagem Emocional e os Conflitos de
Gênero
O
cotidiano escolar é um espaço rico em relações humanas e sociais complexas e em
consequência, de muitas contradições.
A
maioria das teorias interacionistas em filosofia, psicologia e educação estão
alicerçadas no pressuposto de que nos constituímos e somos constituídos a
partir da relação direta ou mediada com o outro, seja ela de natureza subjetiva
ou objetiva. Partindo deste princípio, os conflitos são inerentes à natureza
humana e nesta relação com o outro, nos deparamos com as diferenças e as
semelhanças que nos obrigam a comparar, descobrir, ressignificar, compreender,
agir, buscar alternativas e refletir sobre nós mesmos e sobre os demais.
O
conflito torna-se portanto, a matéria prima para nossa constituição psíquica,
cognitiva, afetiva, ideológica e social. Os conflitos podem ser um fator
positivo para o crescimento pessoal, mas é de extrema importância que não haja
violência; pois se isso ocorrer, torna-se um fator negativo, de ruptura de
relação e de destruição do outro.
Quando
tratados adequadamente, os conflitos trazem resultados positivos, melhorando o
desempenho, o raciocínio e a resolução de problemas; e principalmente,
favorecendo o respeito as diferenças, a estruturação de acordos e construção de
práticas democráticas.
O
processo de aprendizagem da resolução de conflitos requer praticas sistemáticas
de análise de suas causas, consequências, estados afetivos, mudanças de
perspectiva e elaboração de encaminhamento para as situações enfrentadas,
promovendo o diálogo e a participação coletiva em decisões e acordos.
Para
incorporar a afetividade no cotidiano escolar devemos realizar um trabalho
sistematizado com os sentimento e afetos, rompendo com concepções educacionais
que separam os campos cientifico e o cotidiano do conhecimento, das vertentes
racional e emocional do pensamento. Devemos tratar as emoções e os sentimentos
como objetos do conhecimentos com o mesmo status que os demais conteúdos
acadêmicos. Além disso, é importante tomar consciência dos próprios sentimentos
e emoções e ajudar os alunos para que o façam, pois desta forma abre-se um
caminho para desenvolver simultaneamente, a sensibilidade, o juízo e a conduta
de ideias e valores, proporcionando um maior conhecimento de si e das demais
pessoas do nosso convívio.
No
âmbito da Escola é possível observar que os indivíduos posicionam-se diante de
Violência de Gênero de formas diferentes e subjetivas. Auxiliar os estudantes a
identificar estas nuances da violência de gênero é essencial para que ocorra um
processo de aprendizagem na resolução de conflitos relacionados a este assunto.
Portanto cabe aos docentes desenvolverem projetos que favoreçam a compreensão
dos fundamentos de ética, dos direitos humanos e principalmente da igualdade de
direitos entre homens e mulheres.
Fundamentos
e Práticas de Educação Moral
A
moralidade é um conceito amplo, mas que tem sua origem na decisão de como
queremos viver no mundo com os outros; e trata-se de uma decisão pela
construção de relações marcadas pela justiça, felicidade, dignidade,
integridade e respeito.
A
Educação Moral tem como fundamento, contribuir para que a construção de
relações seja mais plenamente ativa, consciente e livre.
A
Educação Moral é dividida em 04 dimensões que podem se correlacionar, são elas:
conhecimentos sobre fatos e guias morais, ações sócio-morais, competências
psicomorais e valores morais.
Os
conhecimentos sobre fatos e guias morais tem relação com o conhecimento de
conflitos e morais do presente do passado; de referências morais construídas
aos longo da história, como: tradições, ideologias, regras, leis, costumes
sociais, entre outros.
As
ações sócio-morais é um princípio no qual são através de ações que o indivíduo
exercita, reforça e reconhece os valores como parte da sua identidade. Ou seja,
a construção da moralidade ocorre através de experiências concretas, nas quais
o indivíduo vivencia consequências positivas de ações morais e consequências
negativas daquelas que contrapõe os princípios éticos elementares.
Os
conhecimentos psicomorais são procedimentos psicológicos que o sujeito constrói
e mobiliza diante dos conflitos morais com o objetivo de alcançar uma meta.
Entre os conhecimentos psicomorais estão o autoconhecimento, a empatia, o juízo
moral, a compreensão critica, as habilidades dialógicas e as capacidades
emocionais e de sensibilidade.
Os
valores morais podem ser definidos com um sistema de regulação de conflitos e
contradições humanas; e tem relação com o que o indivíduo considera importante
ou preferencial moralmente, sendo desejável que estejam associados a conceitos
e normas de conduta como justiça, generosidade, solidariedade, coerência, responsabilidade,
cuidado, amizade, etc.